segunda-feira, 13 de setembro de 2021

E tu já te curaste?

Já me perguntaram isto vezes sem conta, no entanto, a dificuldade de olhar e falar para uma deficiente é tão constrangedora para a pessoa que pergunta se já me curei.

A minha resposta é: "lógico que já me curei!" Eu não tenho mais medo de olhar para mim, olhar para como o meu corpo como ficou depois de duas tentativas de suicídio, dois episódios de quase morte, num espaço de 6 meses, e 6 cirurgias e uma cesariana e uma doença autoimune. Por isso, eu já me curei.

Curei-me através da aceitação, do amor próprio e do amor incondicional, aceitando tudo e todos do jeito que eles são, assim como eu me aceitei. 

Aonde é que eu fui aprender isso? Aonde é que eu fui fazer esta transformação? 

Não foi com o psicólogo, não foi com o psiquiatra, foi mesmo com a psicoterapia. 

Foi a terapia holística, a reprogramação do meu emocional, a reprogramação mental, criando novas crenças limitantes positivas que me ajudaram a me curar. Me ajudaram a perceber que eu não sou diferente dos outros, eu sou igual a todo o mundo a diferença é que estou com o saco, uma bolsa de colostomia, para fazer as fezes, para poder estar viva e quer saber? Sou mais feliz hoje deficiente do que era quando tinha o "corpo perfeito". 

Então a psicoterapia quântica ela é necessária para todos, não só para mim. Ela é necessária porque a dor tem uma forma de se manifestar. Ela vai se manifestando conforme aquilo que entendemos e se consegue ver de forma gradual. 

A dor se mostra pelo comportamento de alguém e que não se gosta desse comportamento, algo que se queria ter a uma determinada altura e isso não acontece. A rejeição, o abandono, de uma mãe, de um pai, de um irmão, de uma irmã, do marido, dos filhos, dói. A pessoa pode passar uma vida inteira sem saber que sente essa mágoa, sem entender que ela sente lá no inconsciente que ninguém gosta dela chegam mesmo a dizer para ela que "ela é tão ruim que nem engorda". Comentários e sentimentos deste gênero deixam marcas tão profundas que fica tão difícil de identificar. Criam-se máscaras para se esconder tudo isto. Porém, quando a doença, um abuso, uma violação, uma agressão surge há a necessidade de se olhar de frente, olhar para o espelho e retirar a máscara e dizer: "está bem! Agora tenho que olhar para ti, não te posso esconder mais!" E ir ter com a pessoa certa, o terapeuta holístico, o terapeuta quântico, o psicoterapeuta e ressignificar essa dor, dar um novo nome, criar um novo olhar para essa dor. 

Este é o processo mais doloroso e mais curativo que um penso, que um medicamento.

O meu nome é Ruthe Pereira e estou com bolsa de colostomia à 8 anos por não ter olhado para a minha dor e a ter mascarado.


Ruthe Pereira

+351 964 739 025


Um comentário:

  1. A sua cura é a minha cura!
    Num futuro breve você vai se libertar disso!
    Eu creio

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